terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A travessia parte II



Não deixe de ler a Parte I





Deslizei a minha mão sobre a sua nuca e puxei o seu cabelo curto trazendo o seu rosto para mais perto do meu. A pouco mais de três meses ela era uma completa estranha que eu havia arriscado a vida para trazer em segurança até a Tribuna e agora estávamos lá, em meio a um beijo quente. Desde o primeiro instante em que a vi senti algo especial por ela, e seria só questão de tempo para que algo acontecesse entre nós.
Empurrei-a contra a parede e comecei a dar leves mordidas e beijos no seu pescoço. Eveline se arrepiou e enterrou os dedos no meu cabelo. Deslizei as mãos pelo contorno do seu corpo até seus seios. Ela suspirou e intensificou o beijo. Nossas línguas dançavam em perfeita sincronia.
Retirei a sua blusa e joguei ao chão. Ela fez o mesmo com minha camiseta. Soltei o seu sutiã e o retirei. Meus lábios percorreram um caminho pelo seu pescoço ate a região entre os seus seios.
Eveline me puxou para a cama e deitei sobre ela. Encarei-a e vi sorrir. Como eu adorava aquele sorriso! Retirei as roupas que ainda nos cobriam e a puxei, sentando-a no meu colo. Minhas mãos percorriam o seu copo, enquanto ela subia e descia em mim.
– No... Noah... – ela gemia o meu nome.
Chegamos ao clímax juntos e ela caiu sobre o meu peito. Sua respiração era ofegante.
Com ela deitada sobre mim, acariciei eu cabelo e dei vários beijos carinhosos até pegarmos no sono...
Acordei no meio da noite com o telefone tocando. O barulho acabou acordando-a também.
– Alô. – eu resmunguei ao atender o telefone.
– Noah, finalmente conseguimos decifrar o que a Eveline nos trouxe. Precisamos de vocês aqui. – disse o responsável pelo nosso setor de inteligência.
– Estamos indo. – avisei antes de desligar o telefone.
Eveline e eu nos vestimos e fomos até a sala de reuniões onde os mais importantes membros da tribuna estavam. Quando passamos pela porta todos os olhos se voltaram para nós. Eu não gostava muito de todos aqueles holofotes, não passava de um atravessador e gostava disso, mas depois que Eveline chegou parece que tudo havia mudado.
 – Que bom que finalmente chegaram.  – disse Aron a nós. Ele era um homem alto de cabelos grisalhos e vestia um terno de giz. Aron era o presidente da tribuna, o fundador da resistência.
– Como não temos tempo para rodeios vou direto ao que interessa. – disse Yan. Ele não dirigia a inteligência da tribuna ao acaso. Era o nosso maior cérebro.  – Analisando os dados que Eveline trouxe para nós descobri que a Nova ordem encontrou um meio de restaurar o clima antigo da terra...
Um murmúrio alto começou a ecoar por toda a sala. Os membros da tribuna estavam incrédulos sobre o que acabaram de ouvir.
– Isso é impossível! – exclamou alguém.
– Não com a tecnologia e a fonte de energia necessária para sustentar o sistema. – um holograma surgiu na mesa do centro. Todos os olhares se voltaram para ele cuja imagem mostrava uma caverna repleta de cristais. – A ordem descobriu nesses cristais uma energia ainda mais forte do que a radioativa. Energia suficiente para manter em pequenas aéreas um clima semelhante ao da terra no século passado...
Os murmúrios ecoaram pela sala novamente, as pessoas não acreditavam naquela possibilidade.
– Então a Ordem está tentando fazer uma coisa boa em restaurar o antigo clima? – me atrevi a perguntar.
– Não. – Yan foi enfático. – Vindo da Ordem nada é para o bem do povo. Eles planejam vender essa tecnologia a quem possa pagar por ela...
As pessoas voltaram a discutir. Olhei para Eveline e ela não parecia nem um pouco chocada, conhecia bem a Ordem para não esperar menos.
– Eu preciso de um desses cristais para tentar replicar o projeto deles. – Yan continuou dizendo.
– Eu vou! – anunciou Luke de um canto da sala, nem ao menos esperou que o chefe de inteligência terminasse a sua fala.
– Maravilha! – Yan sorriu. Luke me parecia um bom candidato a missão, era um dos melhores homens da segurança. – Não é nada muito complexo... – começou a explicar. – É mais uma missão de reconhecimento. A caverna fica em uma das montanhas dos Andes, então enfrentará temperaturas muito mais baixas do que as que estamos acostumados. Graças ao trabalho de Eveline temos todas as coordenadas do local, portanto preciso apenas de um cristal e mais fotos do local.
– Vai ser fácil! – Luke contou vitória.
Eveline olhou para mim com uma expressão séria estampada em seus olhos castanhos. Ela estava preocupada e eu também. Nada era tão simples quando se tratava da Nova Ordem.
Luke recebeu as ultimas instruções e partiu em viagem. Durante a breve despedida não consegui tirar de mim a péssima sensação que sentia. Um mês depois as noticias chegaram e não eram nada animadoras. Luke havia sido assassinado, e antes de morrer, deixou uma mensagem, não para a tribuna, mas para mim, ninguém na tribuna conhecia aquele método de agir tão bem quanto eu.
– Eu vou até a caverna. – anunciei em uma das reuniões.
– Não! É perigoso demais. – Eveline tentou me impedir. – Você é só um atravessador.
– Noah está certo. – Aron concordou comigo. – Está na hora de você resolver isso. – disse ao se virar para mim.
Concordei com um aceno de cabeça e fui arrumar as minhas malas Eveline veio atrás.
– Isso é loucura, Noah. Você não pode ir lá, tem um assassino da Nova ordem naquela caverna – ela segurou meu braço para que eu parasse e olhasse para ela.
– É por isso mesmo que eu vou. – não disse mais nada e fui para o meu quarto. Joguei algumas roupas numa mala e abri um cofre atrás do meu guarda-roupa onde peguei algumas armas.
Quando me virei dei de cara com Eveline parada atrás de mim, com uma bolsa pendurada no ombro.
– O que é isso? – perguntei.
– Não acha que eu vou te deixar ir sozinho, acha?
Abri a boca para protestar contra a atitude insana dela. Porem antes que qualquer palavra saísse da minha boca ela me calou com os lábios.
– Nada de mas.
Embora eu não pudesse deixá-la ir, não consegui obrigá-la a ficar. Eveline era bem persuasiva quando queria.
Viajamos de carro até Mendonza na argentina. Por mais que os transportes aéreos fossem mais rápidos e
eficientes esses eram mais controlados pela Ordem e burlá-los era mais difícil. O lugar estava praticamente deserto, eram poucos os que se arriscavam a viver em temperaturas inferiores a -20 ° c.
A viagem de carro, não foi mais complicada do que a escalada até a caverna. Receber as coordenadas era fácil, o complicado mesmo era escalar até lá. Olhei para Eveline subindo ao meu lado e dei-lhe um rápido beijo, tocando seus lábios gelados de frio. Preferia que ela tivesse ficado segura na tribuna, ela era uma espiã e não uma exploradora.
Quando finalmente chegamos à entrada da caverna Eveline sorriu, impressionada com a beleza daquele lugar. Os cristais refletiam a pouca luz do sol para dentro da caverna criando um efeito único e maravilhoso.
– Finalmente você apareceu! Achei que mandaria mais dos soldadinhos da tribuna para que eu me divertisse. – Eveline e eu nos viramos no sentido da voz.
Os olhos dela se arregalaram de surpresa quando viu o homem há alguns metros de nós. Ele vestia roupas grossas pretas e tinha uma espada junto ao corpo, contudo o que provavelmente a assustou foi o fato dele ter o mesmo rosto que eu.
– Não contou há ela sobre mim? – ele perguntou em meio a uma risada sarcástica.
– Esse é o Hoan. – murmurei – meu irmão...


Continua...

By Ashe

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