Não deixe de ler a Parte I
Deslizei a minha mão sobre a sua nuca e puxei o seu cabelo
curto trazendo o seu rosto para mais perto do meu. A pouco mais de três meses
ela era uma completa estranha que eu havia arriscado a vida para trazer em
segurança até a Tribuna e agora estávamos lá, em meio a um beijo quente. Desde
o primeiro instante em que a vi senti algo especial por ela, e seria só questão
de tempo para que algo acontecesse entre nós.
Empurrei-a contra a parede e comecei a dar leves mordidas e
beijos no seu pescoço. Eveline se arrepiou e enterrou os dedos no meu cabelo.
Deslizei as mãos pelo contorno do seu corpo até seus seios. Ela suspirou e
intensificou o beijo. Nossas línguas dançavam em perfeita sincronia.
Retirei a sua blusa e joguei ao chão. Ela fez o mesmo com
minha camiseta. Soltei o seu sutiã e o retirei. Meus lábios percorreram um
caminho pelo seu pescoço ate a região entre os seus seios.
Eveline me puxou para a cama e deitei sobre ela. Encarei-a e
vi sorrir. Como eu adorava aquele sorriso! Retirei as roupas que ainda nos
cobriam e a puxei, sentando-a no meu colo. Minhas mãos percorriam o seu copo,
enquanto ela subia e descia em mim.
– No... Noah... – ela gemia o meu nome.
Chegamos ao clímax juntos e ela caiu sobre o meu peito. Sua respiração
era ofegante.
Com ela deitada sobre mim, acariciei eu cabelo e dei vários
beijos carinhosos até pegarmos no sono...
Acordei no meio da noite com o telefone tocando. O barulho acabou
acordando-a também.
– Alô. – eu resmunguei ao atender o telefone.
– Noah, finalmente conseguimos decifrar o que a Eveline nos
trouxe. Precisamos de vocês aqui. – disse o responsável pelo nosso setor de inteligência.
– Estamos indo. – avisei antes de desligar o telefone.
Eveline e eu nos vestimos e fomos até a sala de reuniões
onde os mais importantes membros da tribuna estavam. Quando passamos pela porta
todos os olhos se voltaram para nós. Eu não gostava muito de todos aqueles
holofotes, não passava de um atravessador e gostava disso, mas depois que
Eveline chegou parece que tudo havia mudado.
– Que bom que
finalmente chegaram. – disse Aron a nós.
Ele era um homem alto de cabelos grisalhos e vestia um terno de giz. Aron era o
presidente da tribuna, o fundador da resistência.
– Como não temos tempo para rodeios vou direto ao que interessa.
– disse Yan. Ele não dirigia a inteligência da tribuna ao acaso. Era o nosso
maior cérebro. – Analisando os dados que
Eveline trouxe para nós descobri que a Nova ordem encontrou um meio de
restaurar o clima antigo da terra...
Um murmúrio alto começou a ecoar por toda a sala. Os membros
da tribuna estavam incrédulos sobre o que acabaram de ouvir.
– Isso é impossível! – exclamou alguém.
– Não com a tecnologia e a fonte de energia necessária para
sustentar o sistema. – um holograma surgiu na mesa do centro. Todos os olhares
se voltaram para ele cuja imagem mostrava uma caverna repleta de cristais. – A
ordem descobriu nesses cristais uma energia ainda mais forte do que a
radioativa. Energia suficiente para manter em pequenas aéreas um clima
semelhante ao da terra no século passado...
– Então a Ordem está tentando fazer uma coisa boa em
restaurar o antigo clima? – me atrevi a perguntar.
– Não. – Yan foi enfático. – Vindo da Ordem nada é para o
bem do povo. Eles planejam vender essa tecnologia a quem possa pagar por ela...
As pessoas voltaram a discutir. Olhei para Eveline e ela não
parecia nem um pouco chocada, conhecia bem a Ordem para não esperar menos.
– Eu preciso de um desses cristais para tentar replicar o
projeto deles. – Yan continuou dizendo.
– Eu vou! – anunciou Luke de um canto da sala, nem ao menos
esperou que o chefe de inteligência terminasse a sua fala.
– Maravilha! – Yan sorriu. Luke me parecia um bom candidato
a missão, era um dos melhores homens da segurança. – Não é nada muito
complexo... – começou a explicar. – É mais uma missão de reconhecimento. A
caverna fica em uma das montanhas dos Andes, então enfrentará temperaturas
muito mais baixas do que as que estamos acostumados. Graças ao trabalho de
Eveline temos todas as coordenadas do local, portanto preciso apenas de um
cristal e mais fotos do local.
– Vai ser fácil! – Luke contou vitória.
Eveline olhou para mim com uma expressão séria estampada em seus
olhos castanhos. Ela estava preocupada e eu também. Nada era tão simples quando
se tratava da Nova Ordem.
Luke recebeu as ultimas instruções e partiu em viagem.
Durante a breve despedida não consegui tirar de mim a péssima sensação que
sentia. Um mês depois as noticias chegaram e não eram nada animadoras. Luke
havia sido assassinado, e antes de morrer, deixou uma mensagem, não para a
tribuna, mas para mim, ninguém na tribuna conhecia aquele método de agir tão
bem quanto eu.
– Eu vou até a caverna. – anunciei em uma das reuniões.
– Não! É perigoso demais. – Eveline tentou me impedir. –
Você é só um atravessador.
– Noah está certo. – Aron concordou comigo. – Está na hora
de você resolver isso. – disse ao se virar para mim.
Concordei com um aceno de cabeça e fui arrumar as minhas
malas Eveline veio atrás.
– Isso é loucura, Noah. Você não pode ir lá, tem um
assassino da Nova ordem naquela caverna – ela segurou meu braço para que eu
parasse e olhasse para ela.
– É por isso mesmo que eu vou. – não disse mais nada e fui
para o meu quarto. Joguei algumas roupas numa mala e abri um cofre atrás do meu
guarda-roupa onde peguei algumas armas.
Quando me virei dei de cara com Eveline parada atrás de mim,
com uma bolsa pendurada no ombro.
– O que é isso? – perguntei.
– Não acha que eu vou te deixar ir sozinho, acha?
Abri a boca para protestar contra a atitude insana dela.
Porem antes que qualquer palavra saísse da minha boca ela me calou com os
lábios.
– Nada de mas.
Embora eu não pudesse deixá-la ir, não consegui obrigá-la a
ficar. Eveline era bem persuasiva quando queria.
Viajamos de carro até Mendonza na argentina. Por mais que os
transportes aéreos fossem mais rápidos e
eficientes esses eram mais controlados
pela Ordem e burlá-los era mais difícil. O lugar estava praticamente deserto,
eram poucos os que se arriscavam a viver em temperaturas inferiores a -20 ° c.
A viagem de carro, não foi mais complicada do que a escalada
até a caverna. Receber as coordenadas era fácil, o complicado mesmo era escalar
até lá. Olhei para Eveline subindo ao meu lado e dei-lhe um rápido beijo,
tocando seus lábios gelados de frio. Preferia que ela tivesse ficado segura na
tribuna, ela era uma espiã e não uma exploradora.
Quando finalmente chegamos à entrada da caverna Eveline
sorriu, impressionada com a beleza daquele lugar. Os cristais refletiam a pouca
luz do sol para dentro da caverna criando um efeito único e maravilhoso.
– Finalmente você apareceu! Achei que mandaria mais dos
soldadinhos da tribuna para que eu me divertisse. – Eveline e eu nos viramos no
sentido da voz.
Os olhos dela se arregalaram de surpresa quando viu o homem
há alguns metros de nós. Ele vestia roupas grossas pretas e tinha uma espada
junto ao corpo, contudo o que provavelmente a assustou foi o fato dele ter o mesmo
rosto que eu.
– Não contou há ela sobre mim? – ele perguntou em meio a uma
risada sarcástica.
– Esse é o Hoan. – murmurei – meu irmão...
Continua...
By Ashe
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