(capitulo 1: http://kenneneashespace.blogspot.com.br/2013/10/hunted-hunter-capitulo-1-bloodlines.html )
(capitulo 2: http://kenneneashespace.blogspot.com.br/2013/11/hunted-hunter-capitulo-2-vampire-killer.html )
Vladimir tomou impulso, pulando por cima da mesa onde estava o cadáver, com as garras na direção de Gabriel; certamente iria estraçalha-lo, nenhum pirralho humano iria invadir seus domínios para lhe dizer o que fazer. Ele feriu seu rosto, seu lindo rosto, com aquele maldito chicote. O talho que aquela arma lhe abrira no rosto ardia como brasa, e por mais que tentasse, não conseguia curar a si mesmo daquele corte. Se aquele chicote fosse mesmo o tal vampire killer que ele ouviu falar, ele poderia ter problemas...
Assim mesmo, seu orgulho de vampiro o impedia de ser cauteloso, preferindo se jogar sobre o caçador armado.
Gabriel agarrou o vampiro pelas roupas durante o salto e o atirou na parede, com um arremesso; Vlad acertou as costas numa prateleira de livros, quebrando-a.
Melissa soltou um uivo agudo e correu para ajudar seu mestre. Seus dentes estavam sedentos por sangue fresco e aquele caçador seria uma refeição maravilhosa!
- Auferte! - falou Sônia, em alto e bom tom.
A menina vampira deu um grito, ao ver a sacerdotisa se impor à frente dela, com uma odiosa cruz prateada nas mãos.
- Não vai passar por mim, cria das trevas. Prepara-te para conhecer o poder de Deus.
- Seu Deus não me significa nada!
Melissa se recompôs e atacou Sônia com as garras. Golpeou uma, duas, três vezes, sem sucesso. A sacerdotisa esquivou facilmente dos ataques desajeitados da vampira. Quando a menina iria arriscar um quarto ataque, Sônia desferiu um tapa no rosto dela, com a bíblia que trazia na mão esquerda. O tapa deixou a vampira desnorteada, com raiva e confusa.
- Você foi transformada a menos de uma semana. Que chance acha que tem contra uma caçadora experiente como eu? Nem entende seus poderes ainda.
- Cala a boca! - berrou ela, com a mão no rosto - Eu vou matar você!
- Não vai não. Fugata
daemones et spiritus nequam.
A oração penetrava os ouvidos de Melissa e a faziam ficar imobilizada.
Do outro lado da sala, Vladimir levantava-se rapidamente; rolou para o lado, evitando assim tomar uma chicotada, ficando em pé logo em seguida. O caçador, entretanto não dava trégua; girava a brandia o chicote, forçando-o a recuar cada vez mais. Cada vez que o chicote atingia o chão ou a parede, abria um rasgo incandescente nas pedras e o jeito com que ele manejava arma, era como se criasse em torno de si uma área impenetrável, afinal, Vlad não queria arriscar ser tocado por aquele chicote mais uma vez: tinham um bom motivo para chamar aquilo de mata-vampiro.
- Uma arma muito interessante! - disse o vampiro.
- Vai ter o prazer de morrer por ela, como muitos da sua espécie já tiveram.
- Eu sei caçador. Todo vampiro já ouviu falar no vampire-killer. Nem todos acreditam que esse arma é real. E todos conhecem a história de Jonathan Belmondo.
- Não fale do meu irmão!
Gabriel avançou sobre ele, chicoteando ainda mais rápido. Vladimir desviava como podia, enquanto o chicote destruía furiosamente tudo que tocava. Aproveitando o ataque de fúria do caçador, o vampiro viu uma brecha entre os ataques e aproximou-se muito rapidamente. De guarda baixa, Gabriel foi atingido duas vezes pelas garras sanguinárias de Vlad, que lhe rasgaram o peito e a barriga. O caçador revidou com alguns socos, aproveitando a curta distancia, ignorando a dor que lhe rasgava: dois socos rápidos no peito e um direto no rosto.
O vampiro recuou, com a mão onde o soco tivera acertado. Ele reconhecia que o garoto era bom, e apesar de ser humano, seu soco era forte como uma martelada. Mas não seria o bastante para derruba-lo, e sem aquele chicote, ele não era nada. Para zombar dele, Vladimir lambeu o sangue em seus dedos.
O jovem caçador sentia muita dor em suas feridas, mas essa dor não era maior que sua raiva. Mais uma vez, brandiu sua arma como vinha fazendo. O vampiro sorriu, ao ver tudo se repetindo, dessa vez, arrancaria sua cabeça fora! O rapaz atacou pela esquerda, girou o chicote pelo lado oposto e aplicou um golpe na vertical, exatamente como antes.
- Morra caçad...
Gabriel cometeu os mesmo erros, abriu a guarda entre seus ataques. Vladimir soube aproveitar da primeira vez,e da segunda vez também... Ele só não contava com a estaca de madeira, na outra mão do caçador.
- O... que...?
Uma estaca de madeira lhe perfurava o coração. Num segundo ele se sentia vitorioso e no outro...
- Se tava achando que eu saio mesmo para matar vampiros tendo apenas meu chicote como recurso... está errado. Como tantos outros antes de você estavam.
- Isso não pode... me parar! - para a surpresa de Gabriel, Vlad arrancou o estaca de seu peito e a atirou no chão. - Observe meu verdadeiro poder!
Uma aura vermelha demoníaca cobriu o vampiro; suas feições belas deram lugar a um rosto demoníaco, levemente avermelhado. À suas costas, um par de asas de morcego.
- Resolveu mostrar sua cara feia?
- Silêncio! - gritou.
Com ódio, Vladimir deu um soco no chão; espinhos sangrentos saltaram para fora do piso de pedra. O caçador tentou esquivar-se, dando cambalhotas paras trás, mas os espinhos que salvaram eram bem mais do que eles esperava e acabou sendo atingido nas pernas e no braço direito. Caiu sentado, mais ferido do que esperava estar.
- Lutou com bravura, Gabriel Belmondo. Laura me disse para tomar cuidado, mas sinceramente, você não é tudo que ela disse.
- Laura!? onde ela está? - perguntou ele, tentando ficar de pé.
- Ela queria te ver... até me alertou sobre você, mas não precisa mais se preocupar. Você não passa de hoje.
Vladimir aproximou-se dele para dar-lhe o golpe final, mas Sônia, se meteu na frente, com sua cruz em punho e apontada para ele.
- Não tão rápido, demônio!
Vlad ri.
- Não sou um filhote como a Melissa. Sua reza não vai me impedir. Seus truques não funcionam!
Sônia sentiu raiva, mas, atrás dela, Gabriel sorria.
- CRUX DIVINA!
Segurou a cruz com as duas mãos e gritou o mais alto que podia. Uma explosão de luz branca cobriu toda a sala, acompanhada por um grito de pura dor do vampiro. Quando o clarão se dissipou, Vladimir estava estatelado na parede no fundo da sala. Sua pele e roupas continham marcas de queimaduras e sua face trazia uma expressão de pânico. Na parede atrás dele havia uma marca queimada em forma de cruz, maior que o próprio vampiro.
- Não... isso não pode ser real...
Gabriel já estava de pé, com o chicote na mão. Sorriso maligno.
- Ah sim, é bem real - disse ele - Sônia também é uma caçadora.
Vlad vazava sangue por todos os poros do seu corpo.
Vlad vazava sangue por todos os poros do seu corpo.
- Foda-se Belmondo. E foda-se você também, Sônia!
Sorrindo, o caçador, acertou duas chicotadas no peito do demônio, cravando-lhe um X no peito.
- Você não pertence a este mundo!
Uma luz sai do corte em X. Vladimir grita de dor, enquanto seu corpo converte-se em pó aos poucos.
Os caçadores trocam olhares: Gabe estava cansado e machucado, e Sônia ainda estava irritada. Mas ainda não podia descansar. Encolhida num canto da sala, estava Melissa O´hara, chorando.
- Mestre! Mestre! você me prometeu o mundo!
- Droga... a criança!
A visão de uma menina de 13 anos, numa situação daquela, irritava e magoava muito o jovem caçador. Ele não estava conseguindo lidar com aquilo.
- Eu cuido disso. Descanse um pouco.
Ele puxou uma cadeira que ainda não tinha sido destruída e sentou-se nela. Sônia acalmou-se, apertou a cruz contra o peito e foi até a pequena vampira.
- O que acontece agora? - perguntou Melissa, chorando sangue. - O que acontece?
- O senhor todo poderoso vai te perdoar e te receber de braços abertos em seu reino. Eu prometo
Ajoelhou-se em frente à menina e orou:
- In
Dei nomine, mundare te.
Uma luz dourada cobriu o corpo da vampira e em segundos, ela era apenas um montinho de cinzas.
Ele ficou de pé; estava na hora de irem embora. Teriam que voltar de mãos vazias para a senhorita O´hara, e dizer a ela que sua irmãzinha querida tinha sido transformada em uma carniçal e teve que ser purificada.
- Ela não vai querer pagar todo o prometido... - resmungou ele.
- E desde quando estamos nessa pelo dinheiro? Heróis passam fome, você sabe bem.
- É... não esquece a vampirinha algemada no corredor. Purifica ela também...
***
- Laura... Laura... Laura meu amor. Ninguém nunca vai nos entender, mas eu te amo. Eu sei que você não é como eles, não é como os outros.
- Jonathan! meu Jonathan! eu estava morrendo de saudades meu amor!
O caçador e a vampira correram ao encontro um do outro e se abraçaram. O cerco estava ficando fechado em cima dele, por causa do relacionamento e por isso, as vezes ficam muitas noites sem poder se ver.
- Não vai demorar muito agora, amor - disse ele. - Em breve, não haverão mais fronteiras que nos segurem!
Era tarde da noite, mas o pequeno Gabe não conseguia dormir. Viu seu irmão saindo de casa e resolveu segui-lo; na certa iria matar mais algum vampiro e ele queria estar perto para ver. Não tinha medo, era muito valente para alguém de apenas 6 anos.
Seguiu o irmão como pôde, até que entre arvores do bosque o encontrou... com uma mulher.
A mulher estava com os dentres cravados no pescoço de Jonathan e a mão direita, atravessada no estomago dele. O corpo de Jonathan tremia,perdendo as forças e a vida.
- JONATHAAAAAAN!
- Gabriel! acorde Gabriel!
Sônia sacudia seu parceiro.
- É só um pesadelo, calma! calma!
Estavam no acampamento na floresta. Ainda era noite. Uma fogueira afastava um pouco as trevas que os envolvia naquele lugar.
- Oh, Jonathan....
Era só um pesadelo. Mais um. Enquanto não encontrasse a vampira chamada Laura, ele nunca descansaria. Já fazia tempo, mas ainda se lembrava bem do rosto dela.
- Fica calmo, ok? tente dormir, você precisa.
Sônia o abraçava, tentando lhe transmitir paz. Gabe se deixou abraçar e dormiu nos braços dela.
Amanha seria um dia cheio e finalmente continuariam seu caminho até a colina Olney.
CONTINUA
by Kennen
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