segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Missão anjo da guarda : Capitulo um: Punição


Prefácio

5 anos atrás




Um garoto voltava da escola, quando foi surpreendido por um carro em alta velocidade que atingiu a sua bicicleta, lançando-o contra um muro de concreto. Ele caiu com força no chão, discordado. Uma poça de sangue começou a se formar ao lado de sua cabeça.
O motorista do veiculo que atropelara o pobre menino estava assustado demais e sua ficha com a polícia não era nada limpa, caso ele fosse pego dirigindo embriagado novamente e sem a carteira de habilitação, certamente ficaria um bom tempo de molho na cadeia. O homem acabou não pensando duas vezes antes de pisar fundo no acelerador para fugir sem nem ao menos prestar socorro a vitima que se esvaia estirada no asfalto há alguns metros.
Uma pequena multidão de curiosos aos poucos foi se formando ao redor do menino. Mulheres desesperadas berravam por socorro, pessoas corriam de um lado para o outro sem saber o que fazer. A linha que prendia a alma do garoto ao seu corpo estava cada vez mais estreita.
Uma sombra negra saiu de dentro do bueiro no meio da avenida e avançou na direção do garoto. Ninguém na movimenta avenida principal percebeu a aproximação da mancha escura que saltou sobre o menino empurrando a sua alma de volta para o corpo e misturando-se a ela.
O menino abriu os olhos, olhos totalmente negros que quase saltavam das orbitas. O profundo ferimento em sua cabeça se fechou em um instante. Pouco depois ele se colocou de pé como se nada estivesse acontecido.
– Ei, menino, tudo bem? – perguntou um sujeito preocupado.
O garoto balançou a cabeça positivamente. O homem ficou preocupado, mas não insistiu, misteriosamente ele realmente parecia estar bem. Porém não tinha ideia de que sua vida nunca mais seria a mesma.





Capitulo um
Punição

Estava deitada sobre o meu divã dourado, enquanto penteava os meus longos cabelos loiros.
Eu me orgulhava de ser um anjo, um anjo da morte, aquela que ia buscar as almas assim que estas se desprendiam do fio que ligava ao corpo humano, levando-as para o céu ou para o inferno. Não cabia a mim julgá-las apenas direcionar o seu caminho.
As almas humanas eram tão insignificantes, eram levadas ou corrompidas sem o menor esforço. Na verdade os humanos eram insignificantes, ocupados demais com suas vidinhas medíocre e passageiras, sempre tentando passar a perna uns nos outros.
Acariciei minhas longas asas negras, o símbolo de um anjo da morte, humanos que viam essas asas já estavam de passagem marcada para o céu ou para o inferno.
– Izabella! – chamou uma voz grave e retumbante.
Saltei do divã e corri em direção ao meu chamado.
Azarel estava de pé sobre as nuvens, vestindo sua imponente túnica branca, suas asas negras resplandeciam.  Ele era o meu chefe, o comandante de todos os anjos da morte.
– Mais uma alma para ser levada, senhor? – indaguei a ele.
– Alma? Oh, não. Esse assunto não lhe diz respeito mais, Izabella. – ele disse, em um tom inexpressivo.
– Como assim, mestre? – perguntei confusa. – Eu sou um anjo da morte.
– Não mais, Izabella. Não mais. – disse outra voz.
Outro anjo surgiu ao lado de Azarel. Ele era alto, tinha olhos da cor do eu, cabelos dourados, suas asas brilhavam quase como a luz do criador, a mais pura e poderosa do mundo. Miguel, era o lider supremo dos anjos, o mais poderoso de todos.
Curvei-me diante dele.
– Mestre?
– Odiar os humanos não é uma coisa boa, Izabella. Não, o ódio não é uma coisa boa, principalmente para um anjo.
– Mas eles são inferiores. – aleguei.
Miguel balançou a cabeça negativamente.
– Diante do criador todos somos iguais, Izabella, todos. – disse Azarel.
– Você será punida, Izabella. Rebaixada a anjo da guarda
– Não, por favor, não! – supliquei. Eles não poderiam fazer aquilo comigo. – Isso não é justo.
– O criador é justo, Izabella. – afirmou Miguel. – Acredite, ele está te dando uma chance de rever os seus conceitos e mudar para melhor.
Um terceiro anjo surgiu ao lado dos outros dois. Ele possuía cabelos castanhos e olhos cor-de-mel, suas asas tinham um tom amarelado.
– Venha comigo. – pediu Lucas o terceiro anjo.
– Por favor, mestre, não. – implorei a Miguel.
– Vá com ele. – foi tudo que me disse, antes de virar um feixe de luz e desaparecer seguido por Azarel.
Encarei Lucas por alguns segundos antes de dar a minha mão a ele. Sabia que não me restava escolha a não ser acatar a decisão daqueles que estavam à cima de mim.
– As coisas não são tão ruins quantos parecem. – disse Lucas, segurando firme a minha mão, no momento em que as minhas asas mudaram de cor passando do preto a uma cor amarelada.
Não, elas são bem piores, pensei.
– Vamos, Izabella. A sua primeira missão já a espera. – Chamou Lucas. – O nome dele é Pedro Souza, ele é um adolescente encrenqueiro, garoto arredio com problemas na família e na escola.
– E como eu devo protegê-lo?
– Contra ele mesmo. – respondeu Lucas. –Mas vamos logo, não tem mais tempo a perder. Aproxime-se do garoto e proteja-o.
Não me restou tempo para mais nenhuma pergunta. As nuvens sob os meus pés se abriram e eu cai.

Continua...

By Ashe

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